A
programação contou com intervenções culturais, shows, apresentações de
capoeira e “Microfone aberto contra o preconceito”, momento em que o
público pôde fazer intervenções poéticas e debater sobre o tema.
Com
a temática “Mulheres Negras”, acontece na cidade de São Cristóvão,
desde o dia 18 até 21 de novembro, o Círculo dos Ogãs. A quinta edição
do evento teve seu ponto alto neste dia 20, data em que se comemora o
Dia da Consciência Negra em todo país. A iniciativa é da ONG Sociedade
para O Avanço Humano e Desenvolvimento Ecosófico (Sahude) com parceria
da Secretaria de Estado da Cultura (Secult) através do Museu Histórico
de Sergipe (MHS).
A
programação do dia ocorreu na Praça São Francisco e contou com
intervenções culturais, shows, apresentações de capoeira e “Microfone
aberto contra o preconceito”, momento em que o público pôde fazer
intervenções poéticas e debater sobre o tema.
Segundo
o diretor do Museu Histórico, Thiago Fragata, o Círculo dos Ogãs tem a
proposta de discutir as questões étnico-raciais, colocando-as em
evidência, disseminando, assim, a cultura afro no município, visto que,
por vezes, ela fica restrita à periferia e aos povoados.
Thiago
explica que a ideia do tema “Mulheres Negras” surgiu da necessidade de
debater as questões raciais e de gênero, já que o preconceito com as
mulheres negras no Brasil é ainda mais significativo. “O preconceito no
país se concentra na mulher negra. No mercado de trabalho do Brasil, ela
ganha menos do que o homem branco, menos que a mulher branca e menos
que o homem negro, ou seja, ela está na base do preconceito. Ela é mãe,
ela é matriz, ela é maternidade, como todas as outras mulheres, por isso
nosso entendimento de fazer essa homenagem”, justifica.
Espectadores
Rafaela
Pereira, 26, mora em São Cristóvão e foi prestigiar o evento. Ela conta
que já participou do Círculo em 2010 e 2011. Segundo ela, uma
iniciativa como essa é importante por que “relembra e intensifica a
cultura negra no Brasil”. Rafaela ainda diz que essa ação “vem pra
quebrar um pouco do preconceito, e a realização no Dia da Consciência
Negra é pertinente”, fala.
Fernanda
Chain, 33, é outra dos muitos visitantes que foram até a Praça para
prestigiar o evento. Para ela, o Círculo dos Ogãs deste ano, além de
proporcionar cultura aberta ao público, traz uma temática importante.
“Eu acho fundamental falar da mulher, especialmente da mulher negra.
Porque tem um movimento muito sutil de transformação, um processo em
relação ao feminino. É outra postura que está sendo construída, é um
resgate de potencialidades adormecidas, então trazer isso a tona, pôr em
debate, é fundamental”, fala.
Realizadores
A
presidente da Sahude, Márcia Arévalo, também estava presente no local, e
avalia como positiva a realização da quinta edição do evento. “É um
evento importante, porque é o principal da cidade que conjuga as escolas
para debater questões raciais. Todo ano a gente traz um tema diferente e
esse ano foi muito lindo, muito rico, a força das mulheres negras foi
muito bem recebido e a gente está muito feliz com tudo isso”, fala.
O Círculo dos Ogãs
O
evento já se tornou data cativa na comunidade, principalmente pelas
instituições educacionais e culturais da cidade que celebram anualmente a
mais expressiva data de luta do povo afrobrasileiro. Por seu
significado foi em 2013 contemplado com o Prêmio Abdias Nascimento,
conferido pela Assembleia Legislativa do Estado de Sergipe. A iniciativa
tem o apoio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
(Iphan/SE), Secretaria de Estado da Cultura (Secult), Unegro e
Universidade Federal de Sergipe (UFS).
Programação
O
V Círculo dos Ogãs teve início no dia 18 e vai até o dia 21, com a mesa
redonda “Mulheres de Axé: O arquétipo da Grande Mãe e a liderança
feminina nos terreiros de Candomblé”. A
mesa será mediada por Martha Sales e Fernanda Cohim, e acontecerá no
Auditório da Adufs, que fica localizado na Universidade Federal de
Sergipe (UFS).
Fonte: Ascom Secult
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