A B&A Mineração prevê produzir 30 milhões de toneladas anuais de
minério de ferro em cinco anos, mas a principal fonte de receita da
empresa criada pelo ex-presidente da Vale Roger Agnelli em parceria com o
BTG Pactual virá da produção de fertilizantes, disseram executivos
nesta sexta-feira, 23.
A joint venture pretende produzir por ano 500 mil toneladas de potássio e
1 milhão de toneladas de fosfato em cinco anos, disse o presidente da
companhia, Eduardo Ledsham, em evento em Belo Horizonte para apresentar a
companhia a autoridades, jornalistas e participantes do setor de
mineração.
A B&A Mineração fez em dezembro uma
proposta para adquirir a totalidade da Rio Verde Mineração, empresa
canadense com projetos de fertilizantes no Brasil. A empresa já possuía
30 por cento do capital da empresa.
A empresa de Agnelli herdou desta
aquisição jazidas de fosfato no Pará, Maranhão e no Ceará. Um deles é
uma mina de fosfato em Rio Bonito, no Pará, que vai começar a produzir
em setembro, com volume estimado em 150 mil toneladas/ano.
Agnelli disse no evento que aposta na
entrada de um bilhão de pessoas na classe média em todo mundo nos
próximos sete anos, o que aumentará a demanda por produtos de sua
empresa. E destacou ainda o potencial crescimento de áreas agrícolas no
Brasil e na África, alimentando o consumo de fertilizantes.
A empresa também passou a ter presença
em reservas de potássio, no município de São Cristóvão, em Sergipe onde
pesquisas mostraram um bom potencial para o mineral.
Além de fertilizantes e minério de ferro, a empresa planeja extrair anualmente 200 mil toneladas de cobre em cinco anos.
O BTG Pactual, maior banco de
investimento independente do Brasil, juntou-se a Agnelli com previsão de
investir até 520 milhões de dólares em mineração por meio de aquisições
e projetos, segundo informou a instituição de André Esteves em julho.
SIMANDOU
o presidente da companhia descartou interesse no projeto de minério de ferro de Simandou, na Guiné.
“Estamos conversando com BHP sobre o
projeto Nimba, não temos nenhum interesse em Simandou, que já tem dois
bons sócios”, disse o executivo, referindo-se à Vale e a BSG Resources
(BSMR).
Fontes familiarizadas com o negócio
disseram à Reuters em novembro que a empresa de Agnelli estava entre os
ofertantes para comprar a fatia da BHP Billiton no projeto Nimba, de
minério de ferro, na Guiné.
Outros ofertantes pela fatia da joint
venture que detém a concessão da mina Nimba incluem a maior siderúrgica
do mundo, a ArcelorMittal, que tem uma mina próxima, do outro lado da
fronteira com a Libéria, disseram as fontes.
Fala-se que a empresa de Agnelli estaria
atuando como conselheira do governo da Guiné num momento em que os
governantes reavaliam o processo de concessão das jazidas de Simandou,
uma gigantesca reserva de minério de ferro cujos direitos de exploração
estão sendo questionados.
A Vale, uma das empresas com participação no negócio, decidiu retirar o projeto do seu plano de negócios.
Há alguns anos, à frente da Vale,
Agnelli empurrou a mineradora gigante para a Guiné, para uma controversa
aquisição de participação em ativos de minério de ferro que incluíam
blocos do depósito de Simandou confiscados da rival Rio Tinto.
Fonte: Jeb Blount, da Agência Reuters