terça-feira, 10 de junho de 2014

Caceteiras do Mestre Rindú: uma tradição centenária


Roupas coloridas ao som da cuíca, ganzá, caixas e bumbos. É assim que se apresenta o grupo folclórico 'As Caceteiras do Mestre Rindú', de São Cristóvão, uma antiga tradição da quarta cidade mais antiga do Brasil e que, no mês de junho, ganha mais ênfase e destaque.
O grupo formado por homens, mulheres e crianças, tem como principal característica a dança de roda, com o ritmo mais apurado, percussivo e envolvente, assemelhando-se ao samba de coco. O coordenador do grupo, Mestre Rindú, não sabe ao certo a data de criação do conjunto, sabe apenas que existe há mais de 100 anos, que foi criada no povoado Apicúm Merengue, em São Cristóvão,  e que é uma tradição que vem passando de geração em geração.

“Eu já conheci o grupo na mão de outros mestres, e brinco desde pequeno. Lembro que quando eu era pequeno, os mestres falam a cor que seriam as roupas daquele ano, e eu não conseguia dormir de tanta ansiedade. Grandes mestres já morreram, e eu estou aqui levando a nossa tradição até que Deus permita. As Caceteiras é o melhor divertimento que eu tenho”, disse Mestre Rindú.
Mestre Rindú conta que a primeira apresentação do grupo acontece sempre durante a noite dia 31 de maio, na Praça São Francisco, e segue realizando as danças durante todo o mês de junho. Para ele, é uma maneira de homenagear os santos do ciclo junino, São João, Santo Antônio, São Pedro e São Paulo, além de ser uma grande festa.
“Nós sempre somos chamados para fazer apresentações em outros municípios de Sergipe e em outros estados, mas no mês de junho nossa brincadeira é feita apenas aqui em São Cristóvão. Coisa boa é homenagear os nossos santos com muita música e dança”, afirmou.
Mas não é só de adultos que o grupos é formado. De acordo com Mestre Rindú, existe um trabalho que vem sendo realizado ao logo do tempo para incentivar as crianças a conhecer toda história das Caceteiras, e conseguir levar para outras geração a a tradição centenária do grupo. “ Não podemos deixar que a nossa tradição venha a morrer por falta de conhecimento e incentivo. Acompanho várias gerações do grupo, mas não somos eternos. Precisamos conquistar as nossas crianças, e mostrar o valor da nossa cultura, para que elas possam dar seguimento a esse trabalho feito pelos antigos mestres, e agora por mim. Acredito que o grupo terá vida longa”, finalizou.

Por Adriana Meneses (Portal Infonet)

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