quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Dphac Avança Com Programas De Preservação Do Patrimônio Estadual


Criada em abril de 2015 pela Secretaria de Estado da Cultura (Secult), a Diretoria do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural (Dphac), lançou este mês um relatório anual de gestão. No documento, a Secult demonstra como vem consolidando uma política de preservação do patrimônio cultural sergipano, com ações que visam desde a realização de inspeções em monumentos tombados, a fiscalização de edificações históricas, à realização de pesquisas inerentes ao patrimônio imaterial e projetos de educação patrimonial.

De acordo com o diretor da Dphac, Marcos Paulo Carvalho Lima, grande parte destas ações resultam de dois programas: o “Sergipe Eterno” e o “Preserva Sergipe, Esse Patrimônio é Nosso”, criado em 2015. “Esses dois programas ditam as políticas de preservação do patrimônio cultural sergipano pelo Governo do Estado juntamente com o Programa Estadual do Patrimônio Imaterial Sergipano (Pepis), que é voltado para os bens imateriais”, explicou o diretor.

Em 2016, as demandas cresceram com a realização de diversas inspeções, visitas, instruções e pareceres técnicos, além dos projetos em parceria com outras instituições. Entre os pareceres, está a Reforma do Centro de Cultura e Arte da Universidade Federal de Sergipe (CULTART), o projeto e restauração do Palácio Inácio Barbosa, os coretos da Praça Fausto Cardoso, além de reformas, demolições e construção de imóveis no entorno de áreas tombadas.

“Temos buscado promover a interlocução entre a Dphac, com diferentes órgãos, entidades públicas e privadas do âmbito cultural, instituições educacionais e a sociedade sergipana, a fim de promover políticas pertinentes à salvaguarda, difusão e promoção do patrimônio cultural, sejam eles de ordem material ou imaterial”, acrescentou Marcos Paulo.

Segundo o secretário de Estado da Cultura, Irineu Fontes, um dos principais ganhos desta gestão, e que trouxe mais visibilidade a Dphac, foi a publicação do Decreto 30.227, que Institui o Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial que constituem o Patrimônio Histórico e Cultural de Sergipe. “O Decreto também criou o Programa Estadual do Patrimônio Imaterial algo que, desde 2013, o setor de patrimônio vem pleiteando e que trará ganhos importantes para a cultura de Sergipe”, afirmou.

Ascom / Sec. de Estado da Cultura

terça-feira, 1 de março de 2016

Gestor da Praça São Francisco fará consulta pública


A Comissão Gestora da Praça São Francisco convida toda comunidade da cidade de São Cristóvão a participar da Consulta Pública que será realizada na próxima quarta-feira, 02 de março, às 18h, no Salão Sagrada Família, localizado no Convento do Carmo. O intuito da atividade é diagnosticar a situação da Praça e o seu entorno, que há cinco anos foi reconhecida pela Unesco como o 18º Patrimônio Mundial no Brasil, e, a partir deste diagnóstico, elaborar um Plano de Gestão para curto, médio e longo prazo. 

“Quando recebemos o título nos comprometemos a manter o patrimônio preservado e estimular a realização de atividades culturais, com o intuito de manter vivas as tradições locais do município neste espaço. A consulta pública faz parte da 1° etapa para elaboração do Plano de Gestão e por isso é tão importante que possamos ouvir a população residente no município e ao redor da Praça. Esperamos que muitas pessoas possam participar e contribuir conosco nesse sentido”, destaca a Chefe do Escritório Técnico do IPHAN em São Cristóvão, Kleckstane Lucena. 

Consulta Pública
Data: 02.03.2016
Local: Salão Sagrada Família (Convento do Carmo)
Horário: 18h

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Praça São Francisco comemora 5 anos como Patrimônio da Humanidade


No próximo dia 1° de agosto, a cidade de São Cristóvão (SE) celebrará o quinto aniversário da inscrição da Praça São Francisco na Lista do Patrimônio Mundial da UNESCO. Para comemorar, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em Sergipe (Iphan-SE) promoverá, em parceria com a Prefeitura do município, o Museu Histórico de Sergipe, o Museu da Polícia Militar e a Paróquia de Nossa Senhora da Vitória, diversas atividades na Praça São Francisco e museus da cidade.

Na Casa do Iphan em São Cristóvão, as atividades têm inicio às 14h com a abertura da Exposição Filhos da Maré, que apresenta à comunidade peças em escalas reduzidas das embarcações tradicionais sergipanas, desenvolvidas por alunos de Artesanato em Modelismo Naval. O espaço sediará ainda apresentação musical de Ézio Santos, um dos estudantes do curso.

Já às 17h, no Museu Histórico de Sergipe, a comunidade poderá recordar épocas da cidade de São Cristóvão e da Praça São Francisco por meio de imagens, fotografias, desenhos, pinturas, esculturas, entre outras técnicas expostas na Mostra Imagens de São Cristóvão, projeto realizado pelo Memorial em parceria com o Museu da Polícia Militar. 

A programação continua às 19h, onde a religiosidade local se manifesta em uma missa campal realizada na Praça São Francisco, pela Paróquia Nossa Senhora da Vitória e pela Prefeitura Municipal. Ao final, a população e visitantes promoverão um abraço simbólico na Praça, seguido de apresentação de grupos folclóricos do município. 

A significância da Praça São Francisco para fins de reconhecimento como Patrimônio Mundial residiu, principalmente, em sua configuração urbana que funde os padrões de ocupação do solo definidos por Portugal às normas estabelecidas pela Espanha para implantação de novas povoações. O espaço é exemplar remanescente raro no Brasil da época da União Ibérica, quando Espanha e Portugal eram regidos por uma única coroa. 

A vontade de celebrar o título de Patrimônio Mundial expressa sentimentos de pertencimento da comunidade e de orgulho por ver um dos mais relevantes espaços de sua cidade reconhecido em âmbito internacional, ressalta a presidenta do Iphan, Jurema Machado. “Passados cinco anos da inscrição na Lista do Patrimônio Mundial, a população de São Cristóvão vivencia o aumento da importância turística da cidade”, disse.

Também tem destaque seu conjunto arquitetônico estilisticamente homogêneo e composto tanto por edificações monumentais quanto por casas mais singelas, construídas ao longo dos séculos XVII, XVIII e XIX. Muitas dessas edificações foram tombadas individualmente pelo Iphan entre 1941 e 1943, a exemplo do Convento e da Igreja de São Francisco, bem de maior destaque da Praça e que lhe dá o nome. Seu entorno também abriga a Igreja de Misericórdia, o Palácio Provincial e Casario Antigo, a Capela da Ordem Terceira (hoje Museu de Arte Sacra), a Santa Casa, o Museu de Sergipe e a Casa do Folclore Zeca de Noberto.

O Título e a preservação
A iniciativa da proposição de inscrição foi do Governo do Estado, com o apoio técnico do Iphan em Sergipe e da prefeitura local. Além da elaboração do Dossiê, foram desenvolvidos diversos trabalhos conjuntos que envolveram restaurações, pesquisas arqueológicas, obras de fiação subterrânea, de rede pública de esgoto, além de estudos para a circulação de trânsito e iluminação cênica. 

Em 01 de agosto de 2010, a Praça São Francisco foi inscrita na Lista do Patrimônio Mundial da UNESCO com base nos critérios de valoração (II) e (IV) da Convenção do Patrimônio Mundial e representa a fusão de padrões urbanísticos do período da União das Coroas portuguesa e espanhola, mantendo íntegro um ambiente em que, além da arquitetura significativa, se praticam manifestações culturais tradicionais, como a Procissão de Passos.
Em dezembro de 2014, foi instalada a Comissão Gestora da Praça São Francisco, constituída por representante do governo federal, estadual e municipal, bem como sociedade civil. Entre as ações previstas estão elaborar, aprovar, implementar e avaliar o Plano de Gestão do bem inscrito; fomentar a ação compartilhada entre os poderes públicos e civil; estabelecer um sistema de monitoramento de longo prazo para a conservação do sítio; dar apoio à demais ações que visem identificar, proteger e conservar os bens que compõem a Praça e seu entorno imediato; e promover uma maior coordenação das ações públicas e privadas que venham a ocorrer no sítio, contribuindo para a sua preservação e valorização.

O envolvimento dos três entes públicos na gestão da Praça São Francisco está garantido com o  Termo de Cooperação Técnica assinado entre o Iphan e o Estado de Sergipe, que visa o gerenciamento compartilhado do sítio no espírito que preside a construção do Sistema Nacional de Patrimônio Cultural, onde busca estabelecer diálogo e articulação entre as três esferas de governo para a gestão do Patrimônio Cultural no país.

A cidade de São Cristóvão
São Cristóvão foi fundada por Cristóvão de Barros, que chegou à região em 1589. A cidade, entretanto, sofreu sucessivas mudanças até firmar-se no local atual, em 1607, palco de lutas violentas causadas pela invasão holandesa.  Foi a primeira capital do estado de Sergipe e é a quarta cidade mais antiga do país.

Em 1657 chegam à cidade os franciscanos, que proporcionaram a São Cristóvão o mais expressivo conjunto arquitetônico remanescente da cidade, que compõe a Praça de São Francisco. 

 Tombamentos
Os primeiros tombamentos em São Cristóvão ocorreram entre os anos de 1941 e 1944 e protegeram monumentos isolados. O conjunto arquitetônico e urbanístico do Centro Histórico foi tombado em 1967. São dez os bens tombados individualmente:

1. Igreja e Convento Santa Cruz - Convento São Francisco
2. Igreja Matriz de Nossa Senhora das Vitórias
3. Sobrado à Rua Getúlio Vargas S/N – Restaurante Solar do Parati
4. Igreja e Convento de Nossa Senhora do Carmo e Igreja da Ordem Terceira
5. Sobrado à Rua Messias Prado N°20 – Restaurante do Japonês
6. Igreja de Nossa Senhora do Amparo
7. Antiga Ouvidoria – Casa do Iphan em São Cristóvão
8. Antiga Santa Casa de Misericórdia – Lar Imaculada Conceição
9. Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos
10. Capela do Antigo Engenho Poxim


Fonte: IPHAN